sábado, 8 de dezembro de 2012

Balanço de Campeões


Portugal, 8 de Dezembro de 2012

Depois de termos ultrapassado com distinção as duas anteriores finais com Spartak e Celtic, apesar do melhor resultado de sempre obtido ontem em Barcelona, ficamos de fora da Liga dos Campeões e fomos remetidos para a Liga Europa. Nada que tire brilho à excelente campanha que fizemos nesta edição. Vamos a números.

Este Benfica sem Javi Garcia e Witsel (só jogou na Escócia) peças fundamentais no 4-2-3-1 da época passada na Champions, com Aimar (1 jogo a titular, 1 como suplente utilizado) e Carlos Martins (1 jogo a suplente utilizado) os nossos organizadores de jogo limitados fisicamente, com Luisão castigado durante 4 dos 6 jogos e Maxi durante um, este Benfica escrevia eu, conseguiu fazer 8 pontos no que é o 2º melhor registo da fase de grupos (igual a Koeman em 2005/06 e inferior aos 12 pontos da época passada).

Em remates totais à baliza, fomos superiores aos adversários em 5 dos 6 jogos, apresentando uma média de 18,5 (!) remates por jogo (8,8 dos adversários). Destes, em remates enquadrados com a baliza, fomos superiores aos adversários em 4 dos 6 jogos, apresentando uma média de 9,1 remates por jogo. Este valor não deve ser muito relevado porque se retirarmos os 18 do jogo com o Celtic, a média de remates enquadrados com a baliza, baixa para 7,4. Em contrapartida os adversários remataram 5,4 vezes em média.

Na posse de bola, pelo contrário, fomos superiores aos adversários apenas em 2 dos 6 jogos (em casa contra Spartak e Celtic), sendo de destacar a enormidade de posse de bola do Barcelona nos dois jogos: 72 e 71 contra os nossos 28 e 29%. No global fizemos 43,8% de posse de bola, que se descontarmos os 2 jogos com o Barcelona, sobe para 51,5%.

Nos cantos fomos sempre superiores aos adversários, 6 em 6, tivemos em média 8,8 por jogo contra 4,3 consentidos por jogo. Nos cartões amarelos tivemos menos que o adversário em 3 dos 6 jogos, iguais, em 1 jogo, e superiores nos 2 jogos com o Barcelona. Média de cartões sofridos por jogo: 2,7 (comparem com a nossa Liga para se perceberem certas “coisas”).

Como interpretar estes itens estatísticos? Cada um que ponha o “tempero” na parte que lhe convier. Do meu ponto de vista, o Benfica teve indicadores suficientes para passar aos oitavos de final, mesmo considerando a dificuldade do grupo (pelas razões que já mencionei em textos anteriores), as vendas dos habituais titulares Javi e Witsel (jogou ainda na Escócia), os castigos dos também habituais titulares Luisão (4 jogos) e Maxi Pereira (1 jogo), bem como as várias lesões das quais se salientam dos habituais maestros Aimar (alinhou em 2 jogos, 63 mn a titular na Escócia e 30 mn como suplente utilizado frente ao Barcelona com o resultado feito) e Carlos Martins (45 mn como suplente utilizado num jogo).

Sem organizadores de jogo com a qualidade e antiguidade de Aimar e Carlos Martins, o Benfica regra geral, teve de fazer jogos diferentes do ano anterior, optando por um futebol mais trabalhador, menos vistoso, mais compacto (excepção na Rússia) e estranhamente, muito rematador. Infelizmente a eficácia dos remates foi baixa, o que também merece reflexão.

E no final, ficamos em 3º lugar, com 8 pontos, a 2 pontos dos oitavos. Porquê? Por uma mera questão de falta de sorte. Com 8 pontos, como já referi noutro texto, fizemos a 2ª melhor pontuação desde que a Champions tem este modelo de competição e desde que conseguimos marcar presença com regularidade (época 2005/06). Dessa vez deu para os oitavos, desta vez não deu. Porque o Celtic teve a seu favor a sorte de conseguir 2 resultados que não deixam de ser acontecimentos estatísticos: ganharam fora de casa, 18 anos depois da última vitória, e ganharam ao Barcelona que desde a fase Guardiola julgo nunca ter perdido qualquer jogo na fase de grupos.

Depois de nos terem eliminado em 1967 por moeda ao ar, a sorte parece continuar do lado deles. Para o ano haverá mais e quem sabe voltamos a ficar no mesmo grupo para ajustarmos contas?


Em matéria de ganhos económicos, o Benfica ganhou 11,6 milhões sem contar receitas de bilheteira e de televisão. Também não é um mau resultado.

Por último a palavra de quem sabe: “o Benfica jogou muito bem. Para nós ia ser difícil e pelo futebol que o Benfica mostrou hoje merecia passar”, Adriano jogador do Barca (2 jogos como titular nos 5 anteriores a este jogo com o Benfica), citado pelo SAPO DESPORTO, 5 de Dezembro. “O Benfica teve mais ritmo, mais ambição e estiveram mais perto da vitória do que nós”, Thiago Alcântara (primeiro jogo a titular na Champions), idem. “Foi um jogo muito complicado frente a uma equipa muito dificil. E foi uma pena não terem feito o golo para se poderem qualificar”, Rafinha, idem.

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