quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os direitos televisivos II



Portugal, 10 de Julho de 2013

O primeiro texto sobre este assunto gerou alguns mal entendidos e indicações de erros, por parte de alguns leitores que tiveram a amabilidade de registar comentários, uns menos abonatórios do que outros, relativamente ao conteúdo desse texto.

Dado que não me interessa propagandear perspectivas erradas do assunto, devo corrigir o texto anterior nos seguintes pontos: 1) o Benfica poderá ter rescindido com a SIC de forma amigável, ao contrário do que referi, 2) o valor dos contratos negociados em 2003 para 10 anos (e não 12) era de 7,5 milhões de euros e não os 8 milhões por mim referidos, 3) o FCP recebe 20 milhões resultantes da soma de dois contratos, o inicial e o renegociado, o que não altera o meu raciocínio em relação ao que o Benfica perdeu nestes 10 anos de contrato.

Por existir também por aí um certo tipo de debate sobre o “anti-Vieirismo” do blogue NovaGeraçãoBenfica devo esclarecer que as minhas opiniões não comprometem mais ninguém, excepto eu. Nunca pedi uma opinião a nenhum dos outros elementos do blogue sobre a oportunidade de meter um texto sobre um determinado assunto. Nunca ninguém me pediu expressamente para não falar de qualquer tema do Benfica, excepto de Vale e Azevedo porque acham que falo de mais no assunto. Estou aqui convidado pelo Jedi, pessoa que não conheço, tal como não conheço nenhum dos colegas de blogue. Escrevo pelo que considero ser o melhor interesse do Benfica e quem disser que sou um “subversivo” ou “rancoroso” anti-Vieira só pode ter um problema de iliteracia. Adiante.

Das várias respostas que tive sobre o texto anterior, nenhum dos mais críticos ou menos abonatórios contestaram o valor encaixado na última época de Vale e Azevedo, 6,125 milhões de euros facturados contra tudo e contra todos. Também ninguém soube adiantar quanto custou ao Benfica, a rescisão (amigável ou não) com a SIC.

Alguns repisaram algo que eu também tinha referido, que Vieira não era presidente do Benfica quando se deu a assinatura e como tal a sua posição não o vinculava a esse negócio ruinoso que custou dezenas de milhões de euros ao Clube e SAD. Contudo esqueceram-se de um pormenor. Sendo Vieira candidato à Presidência do Benfica, e o mais forte concorrente à sucessão de Vilarinho, até que ponto a decisão de Vilarinho em assinar esses contratos ruinosos foi contra a opinião de Vieira? Até que ponto Vieira não podia dizer que não, caso assim o entendesse, para não ter de arcar com as consequências económico-financeiras (os milhões a pagar à SIC e os milhões que deixavam de ser encaixados) no seu mandato?

É minha convicção que Vieira estava interessado nesses contratos e é minha convicção que muita gente dentro do Benfica ganhou com esquemas de comissionamento e outro tipo de prendas que Joaquim Oliveira costuma dar a quem o faz mais rico. Vieira nunca se pode por de lado nesta matéria, tanto mais que já tinha negócios com Joaquim Oliveira desde a SAD do Alverca e tanto mais que a sua riqueza aumentou desde que veio para o Benfica – é um facto, o que não pode ser desconsiderado do debate.

E porque nada acontece por acaso neste pobre país, voltando à temática dos direitos televisivos vs Vale e Azevedo, recordo aos mais esquecidos que foi a Olivedesportos que litigou contra o Benfica na questão da declaração de nulidade dos contratos, tendo ganho na 1ª estância, mas perdendo na Relação a favor do Benfica. Dá-se a coincidência (mais uma) que a sentença que dava uma estrondosa vitória a JVA e ao Benfica, apenas ter sido conhecida 1 semana depois das eleições. E se o acórdão tem sido conhecido antes? Quem ganharia? O abraço do Eusébio a Vilarinho bem propagandeado nas televisões, mais o trunfo Jardel propagandeado pela BOLA, ou o Benfica Independente de JVA que a 3 dias das eleições tinha a vitória certa de acordo com uma sondagem publicada na BOLA?

Quanto à nossa obrigação “moral” para com Joaquim Oliveira, ao contrário do que diz LFV, o Benfica não ficou a dever nada ao seu amigo, o tal que já “ajudou muito o Benfica”. O Benfica pagou, bem pago o acerto de contas devido à declaração de nulidade de JVA. O Benfica trocou os 10 milhões de euros que Damásio havia recebido, adiantado, por um contrato que só se iniciava em 1999, por 49% da Benfica Multimédia. O Benfica pagou de juros ou lucros cessantes (não posso precisar, a actual transparência nada esclarece) 3 milhões de euros em acções da SAD, que passaram para a posse de Joaquim Oliveira.

Se o Benfica pagou tudo que era devido ao Sr.º Oliveira do que devia pela indemnização dos lucros cessantes e dinheiro que ele adiantara, porque razão foram celebrar um contrato ruinoso com esse operador, quando até tinham em vigor um melhor contrato com a SIC, por 8 anos? Para pagar os favores que o Sr.º Joaquim fez nas eleições que derrubaram JVA e implantaram o actual modelo de gestão? Não estou a ver muitas outras hipóteses, para além, claro, das comissões...

2 comentários:

  1. Eu. A verdade não pode meter medo a ninguém. É preciso tirar os "esqueletos" do armário. Temos que saber quem é o vilão: se JVA ou Damásio, Vilarinho ou Vieira. Eu passei o meu benfiquismo para os meus 3 filhos. Dei-lhes a condição de associados do clube. Eu próprio fui sócio durante 18 anos, os últimos 3 como efectivo. A moeda de troca é falar verdade com eles e com os meus amigos. Eles têm de saber porque não ganhamos desportivamente.

    E porque muitos se governam com o Benfica perante o escandaloso silêncio dos mesmos papagaios que durante 3 anos de lutas e dificuldades, nunca se calaram e viram o que não existia. Agora que está às vistas de todos o que se está a passar, em 12 anos deste grupo empresarial, calam-se. Isto é o Benfica? Ok ...

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