terça-feira, 15 de outubro de 2013

Não é só uma questão de sopa...



Portugal, 15 de Outubro de 2013

O troféu António Pratas em basquetebol veio mostrar mais dois tipos de problemas que julgávamos só aconteciam aos outros: 1) Derrota na meia-final com a Sampaense, treinada por António Calabote, ex-treinador das camadas jovens do Benfica, e 2) agressão com sopa, ao ex-jogador do FCP, Nuno Marçal e actual jogador do Maia Basket, semi finalista da prova.
No Benfica habituamo-nos a ganhar muito e quase tudo, nas principais modalidades, com o basquetebol em destaque, por ser a modalidade em que o nosso domínio é maior. Talvez por isso sejamos muito exigentes em particular quando temos orçamentos elevados e quando sabemos que a concorrência directa tem diversos tipos de problemas.
Por isso mesmo, não valorizo muito o trabalho de Carlos Lisboa como treinador do Benfica, porque me parece que, com a qualidade dos sucessivos plantéis que temos, não será difícil ganhar o campeonato por ser uma prova de regularidade e onde impera a lei do mais forte (entenda-se, do tecnicamente mais habilitado).
O problema são as provas a eliminar, onde falhamos vezes demais, considerando a qualidade e orçamento do plantel. Se é verdade que no ano passado ganhamos os troféus António Pratas e Hugo Santos, para além do campeonato, perdemos a final da Taça de Portugal de forma inexplicável. Há dois anos nem conseguimos chegar à final da Taça de Portugal, mas ganhamos o troféu António Pratas (ao FCP) e o célebre campeonato ganho no pavilhão do FCP. Julgo que também perdemos o troféu Hugo Santos. Ou seja, em 6 taças e troféus a eliminar, ganhamos 3, ou seja, 50%... parece-me pouco...
Carlos Lisboa que foi o nosso Michael Jordan, como jogador, e que tantas alegrias nos deu na Euroliga, como treinador apresenta um curriculum com mais baixos do que altos. Começou a sua carreira de treinador no Benfica de Vale e Azevedo, falhando os objectivos, foi depois para Norte treinando o Aveiro Basket e a Oliveirense, onde também falhou os objectivos. Acabou como director desportivo para as modalidades do Benfica, substituindo de forma pouco transparente, Henrique Viana no comando da equipa, após derrota no campeonato para o FCP.
No actual Benfica, Carlos Lisboa parece-me ser um “carreirista”. Um “Yesmen”. Nem se percebeu a saída de Henrique Viana, que estava a fazer um bom trabalho (nessa última época, teve de disputar 14 jogos nas competições europeias, que o FCP não fez), nem se percebe bem como se deu a última reorganização da secção de basquetebol, que empurrou borda fora António Calabote que treinara a equipa de sub 18 campeã nacional após dezenas de anos.
Perdemos a meia-final por 6 pontos, no 1º quarto essa desvantagem era de 11 pontos (21-10) e apesar de termos empatado no jogo no último quarto, estranhamente e jogando em casa, não conseguimos eliminar a Sampaense que seguramente terá menos recursos que nós. Como a Sampaense perdeu a final por 3 pontos com a Ovarense, antevejo uma época difícil...
Pior que uma derrota e numa fase final organizada pelo Benfica, só mesmo o que veio a seguir. Uma altercação com o jogador Nuno Marçal do Maia Basket, num restaurante do estádio da Luz, altercação que terminou com o despejar de um prato de sopa em cima do referido jogador. Lamentável.
De acordo com a versão do presidente do Maia Basket, o jogador foi interpelado com frases do tipo “não podes estar aqui” e que se juntaram outros adeptos que acabaram por despejar a sopa em cima dele. Pasme-se: isto aconteceu nas instalações comerciais e públicas do maior estádio do país, pelas quais uma empresa paga renda ao Benfica! Benfica que, estranhamente, nem estava presente nesse jantar (a prova foi organizada por nós, pelo que – no mínimo - as Relações Públicas deviam estar lá), nem instaurou qualquer inquérito até ao momento, como também não lamentou os incidentes que aconteceram no sábado à noite! Vai fazer 3 dias...
É lamentável que isto tenha sucedido, e que o grande clube que o Benfica foi no passado, pelo exemplo e pelas vitórias, se esteja a equiparar no pior sentido, aos clubes que não sabem perder, não sabem ganhar e fazem justiça pelas “próprias mãos”.
Não foi pois por acaso que aconteceu a cena do apagão e rega da relva no estádio da Luz, quando o FCP ganhou lá o título de campeão, por inépcia e incompetência da Direcção do Sr.º Vieira, que permitiu uma série de erros de arbitragem que se conjugaram com as vitórias do FCP, para que tal pudesse ocorrer.
Resumir o incidente a um prato de sopa, é pois adoptar uma postura de avestruz e não a postura grandiloquente de uma águia...

Sem comentários:

Enviar um comentário